quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Todo mundo odeia a psicopedagoga

Cheguei ao colégio hoje de manhã e dei de cara com uma figura oxigenada vestindo uma camiseta que tinha uma gravatinha e colete estampados e calçando saltos de acrílico (urgh!). Sentada num canto da sala da coordenação (que, como eu já disse por aqui, tembém é enfermaria e biblioteca), anotava furiosamente qualquer movimentação – de crianças espirrando até as piadas das professoras. Coordenadora explicou – é estagiária. De quê, gizuiz, pra ficar na sala da coordenação e não na classe? De Psicopedagogia, respondeu a criatura.

Eu não se já falei por aqui da minha antipatia com psicopedagogas. Antipatia não. Ódio mesmo. Psicopedagogas são mulherezinhas bregas que fazem uma pós-graduação mequetrefe e se acham habilitadas a meter o bedelho no trabalho de gente que enfrenta uma sala de aula cheia de monstrinhos há anos. Não falo nem por mim, que bem ou mal estou começando também, mas pelas outras. Muitas psicopedagogas nunca entraram numa sala de aula e vêm querer aplicar Piaget para ensinar tabuada a duas dúzias de crianças ensandecidas.

Mas espera aí? Psicopedagogia não é curso de pós-graduação? Desde quando tem estágio? Pois a UNIFIEO fez o favor de criar um curso de graduação desta coisa. Sem vestibular e com a mensalidade bem baratinha, o que significa que daqui a três anos ela despejará no mercado dezenas de mulherezinhas bregas que nunca entraram numa sala de aula vomitando Piaget por aí.

O fato é que a mulher do salto de acrílico (meus olhos! meus olhos!) passou a manhã inteira fazendo observações “pertinentes” e enchendo o saco da coordenadora e de qualquer professora que passasse mais de cinco minutos na sala. Tentamos empurrar a mala para o recreio, para a aula de Arte, mas o negócio dela era na coordenação. Porque afinal, ela será uma Psicopedagoga, não uma reles professora. Ódio cada vez maior dessa raça.

Na hora de ir embora eu precisava passar no shopping para buscar uma calça que tinha ficado arrumando. Quatro quarteirões da escola, distância que eu ia enfrentar de ônibus em vista do sol escaldante, mas ao me dirigir ao ponto dou de cara com quem? Com a mulherzinha da camiseta de gravata. Fui a pé. Imagina se ela resolve conversar comigo?

4 comentários:

Carlota disse...

Medo... Muito medo do salto de acrílico...

Ah, observação "pertinente": Piaget é a putaqueaspariu!!! Urgh!!!

Red disse...

Por que esse ódio em seu coraçãozinho? Deixe essa birra de lado e seja simpática com a moça. Ofereça-lhe um cafezinho. Com cianureto.

Tio Xavier™ 4.5 Plus disse...

Manda ela aplicar Piaget em uma escola pública da favela (ops! agora é comunidade) Marconi, na Vila Maria.

Ela vai descobrir que psicopedagogia anal é um bom cabo de vassoura, já dizia o psicopedagogo, Capitão Nascimento.

Rodrigo Souza disse...

Empregue de todos os recursos disponíveis, faça uso de todo e qualquer método de coação, ameaça ou chantagem que puder fazer. Se tiver que usar violência física extrema como forma de intimidação ou dolo use. Caso as medidas mais enérgicas falharem, não se envergonhe de chorar tentando comover! Mas nunca, jamais em sua vida de professora, entre numa de dar aula com suporte de EAD. As Psico de lá são osso duro de dissolver em banho de ácido.