quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Filhotes de coruja

Dos muitos livros que eu li quando criança (oi, eu era nerd desde pequena), os três preferidos, de longe, eram Alice no país das maravilhas (ainda não superado como número um), Reinações de Narizinho e As fábulas de Esopo. Adoro fábulas até hoje, essa coisa de bichos falantes, da liçãozinha de moral tão óbvia no final. Me divirto horrores. E, lendo um comentário do tio Xavier, não pude deixar de lembrar da fábula da coruja e da águia.
O tio diz que para criar inimizade com uma mãe basta dizer que o filho dela tem um "problema", qualquer que seja. Filhos são perfeitos. E até eu, que não fui e nem pretendo ser agraciada com a "dádiva" da maternidade, aprendi isso a duras penas em reuniões de pais e recados trocados em agendas.
O menino obeso é apelidado de "Nhonho". A mãe, revoltada, escreve um bilhete exigindo providências. No lanche, continua mandando refrigerante a batata frita. A garota faz fofoca, ri dos colegas, mente. Acaba excluída pelos outros alunos. A mãe acha que a escola tem obrigação de forçar as crianças a se relacionar com ela. Podemos dizer "mãe, sua filha é uma cobrinha peçonhenta. Terá um futuro brilhante na área corporativa, mas no quesito 'fazer amizade' não vai rolar"? Não, não podemos.
Que cegueira misteriosa será essa que atinge as mães? Afetará todas, sem exceção? Terá cura? Não sei não, mas desconfio que basta uma mulher parir para se tornar uma completa idiota*.


*E incluo nessa categoria Dona Neide, que há quase trinta anos me acha a pessoa mais sensacional do planeta.

3 comentários:

Bloody Mary disse...

Algo muito bizarro acabou de acontecer: um amigo virtual meu, Lucas, com quem eu falo há uns 3 anos, viu um comentário seu no meu blog e falou pra mim que te conhece, também virtualmente, de uma comunidade do Orkut, a CBCC. Daí ele falou que tem outra pessoa que ele conhece do CBCC que também tem um blog que eu acompanho, o Shoe-Me.

Daí que eu fiquei atordoada porque eu não conheci nenhum dos blogs através do Lucas e nem da comunidade, da qual, aliás, eu tentei participar há um zilhão de anos. E agora ele falou que tem uma tal de sincronicidade batendo à minha porta, mas o que eu acho mesmo é que o Show de Truman é o Show da Vida e que "Oi gente, já descobri toda a farsa de vocês. Valeu, Bial. O mundo não tem 6 bilhões de habitantes porra nenhuma!".

É isso, prontofalei.

Red disse...

Bem, pais são como o casal que vi há pouco na piscina do resort. Sentados no chão bem na rampa da entrada da piscina, eles trocavam a fralda cagada do moleque debaixo de um sol de 315 graus, comentando das assaduras do moleque no meio do pequeno saquinho ne espalhando merda pelos lados. Os outros? Que outros? Não existe mundo além do MEU filho lindo.

Gabriela Martins disse...

No caso do moleque gordinho, ainda tem como enviar um bilhetinho "oficial" solicitando aos pais que melhorem a merenda do pimpolho.

Agora o outro caso é ir tocando pra frente, pq sem chances.