terça-feira, 5 de agosto de 2008

Futuro promissor

A aula da quinta séria acabou uns cinco minutos antes do sinal e deixei a molecada batendo papo (digo, gritando a níveis quase nocivos ao ouvido humano). Um bando de menininhas magrelinhas com tênis da Hello Kitty se junta à minha volta e, agachando tal qual as moças fruta fazem quando vêem uma câmera, começaram a entoar, em ritmo de funk:
"A cobra não tem pé
A cobra não tem mão
Como é que a cobra sobe no pézinho de limão?
Ela sobe
Ela desce
Vai, vai, cobrinha vai
Vai, vai cobrinha vai!"

Interpretando meu olhar incrédulo como admiração, me informaram, cheias de orgulho:
"Nós que fizemos, teacher!"

O que me consola é que na quinta série eu dancei lambada com aquelas sainhas indecentes e sobrevivi. Elas sobreviverão. Espero.

4 comentários:

Red disse...

Na quinta série eu... sei lá, acho que tomava mamadeira.

Tio Xavier™ 4.5 Plus disse...

Entre "Chorando se foi, quem um dia só me fez chorar..." dançando lambada e "vai cobrinha vai..." abaixando até o chão, nada está tão ruim que não possa piorar.

Thiago disse...

Olha, até que não foi tão mal... Confesso que temi muito pelo que estaria por vir depois de ler os primeiros versos:

A cobra não tem pé
A cobra não tem mão

To traumatizado com essa juventude de hoje em dia.

Rodrigo Souza disse...

Criativas. Se tudo der errado na vida delas, à despeito da educação básica, viram publicitárias. Não se culpe se isso acontecer.

- - -
Li uma crônica do Stanislaw uma vez que era sobre uma menininha que fazia paródia com a música do Bat Masterson por causa da influência da televisão.

"Fui com a copeira lá na rua
Comprar coisas pra refeição
Na hora de botar na mesa
Bote macarrão!
Bote macarrão!"


Incrível como eu ainda me lembro disso...