A aula da quinta séria acabou uns cinco minutos antes do sinal e deixei a molecada batendo papo (digo, gritando a níveis quase nocivos ao ouvido humano). Um bando de menininhas magrelinhas com tênis da Hello Kitty se junta à minha volta e, agachando tal qual as moças fruta fazem quando vêem uma câmera, começaram a entoar, em ritmo de funk:
"A cobra não tem pé
A cobra não tem mão
Como é que a cobra sobe no pézinho de limão?
Ela sobe
Ela desce
Vai, vai, cobrinha vai
Vai, vai cobrinha vai!"
Interpretando meu olhar incrédulo como admiração, me informaram, cheias de orgulho:
"Nós que fizemos, teacher!"
O que me consola é que na quinta série eu dancei lambada com aquelas sainhas indecentes e sobrevivi. Elas sobreviverão. Espero.
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4 comentários:
Na quinta série eu... sei lá, acho que tomava mamadeira.
Entre "Chorando se foi, quem um dia só me fez chorar..." dançando lambada e "vai cobrinha vai..." abaixando até o chão, nada está tão ruim que não possa piorar.
Olha, até que não foi tão mal... Confesso que temi muito pelo que estaria por vir depois de ler os primeiros versos:
A cobra não tem pé
A cobra não tem mão
To traumatizado com essa juventude de hoje em dia.
Criativas. Se tudo der errado na vida delas, à despeito da educação básica, viram publicitárias. Não se culpe se isso acontecer.
- - -
Li uma crônica do Stanislaw uma vez que era sobre uma menininha que fazia paródia com a música do Bat Masterson por causa da influência da televisão.
"Fui com a copeira lá na rua
Comprar coisas pra refeição
Na hora de botar na mesa
Bote macarrão!
Bote macarrão!"
Incrível como eu ainda me lembro disso...
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