Tia Paula: Boss, tem neguinho que não conseguiu média na recuperação paralela, o que eu faço?
Boss: Passa no conselho.
Tia Paula: Posso?
Boss: Pode. Mas pode dar no máximo meio ponto. Se precisar de mais, recuperação final.
Tia Paula: Eu não posso vir ao conselho.
Boss: Eu passo pra você.
Tia Paula: Capricha, boss, que tô surtando. Se eu tiver que aparecer aqui semana que vem eu me mato.
Boss: Peraí (joga as notas na planilha). Pronto. Ó, esses aqui tão precisando de mais de meio ponto.
Tia Paula: Esses daí tão precisando de um cérebro novo, pô!
Boss: Corrige a prova deles de novo.
Tia Paula: Quê?
Boss: Não rola aumentar uns pontinhos? Faz uma correção mais camarada.
Tia Paula: Mas foi com muita boa vontade que eu considerei isso aqui como sendo inglês.
Boss: Certeza? Não dá mesmo?
Tia Paula: (pega a caneta, ameaça rabiscar alguma coisa na prova, desiste) Não dá, boss.
E é por isso que eu vim trabalhar hoje. Porque eu tenho escrúpulos. Quem mandou?
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4 comentários:
Coordenador sempre quer a gente "arrume um jeito" das criaturas terem nota para passar. Ainda mais se você trabalha em um lugar onde os pais pagam para o filho estudar... Eles têm que ver uma nota acima de 7,0, mesmo que não corresponda à realidade...
Prezada Tia Paula,
Prazer. Cheguei aqui acompanhando o blog Mesa de Botequim e gostei muito! Li todas as postagens!
Dificilmente faço comentários, mas senti falta de um assunto.
Cola.
Na qualidade de ex-aluno (quase que profissional, já que fiz 2 faculdades e uma pós - também não sei como tive paciência, mas enfim...) e pensando em fazer mestrado, para, quem sabe, um dia nos tornamos colegas de profissão, admito que nas matérias mais chatas, ou mais difíceis, sempre colei.
Seus alunos não colam? Será que sua rigidez (no bom sentido, óbvio!), mesmo após o sentimentalismo da postagem anterior, não permitem tal expediente? Ou será que seus alunos são novinhos e inexperientes para colar.
Tenho certeza que nessa época de provas de final de ano, você teria algumas (ou algumas) histórias interessantes para nos contar!
Abraços
Uh, tia Paula! Uh, tia Paula!
Põe no saco esses vagabundos!
Sei como é isso... me senti o máximo quando, no Conselho pela primeira vez, votei pra bombar uns 3. E foram! Háh!
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