quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Talvez alguém espie este blog de vez em quando e se pergunte que tipo de aluna eu fui, para andar por aí cagando regras e julgando a incompetência alheia. E eu, mais que satisfeita lhe responderei, caro leitor: não lembro.
É estranho, mas tenho a impressão que boa parte das minhas memórias dos tempos de escola se apagaram, não sei bem por quê. “Defesa!”, gritariam os psicanalistas de plantão, e eu me veria obrigada a concordar com eles. Eu não gostava da escola. Gostava de estudar, puxar o saco da professora, tirar dez. Tinha entranhado um gene CDF que infelizmente se perdeu na faculdade, ou teria feito de mim uma PhD aos 28 anos. Fora isso, a escola era um desastre.
Você há de concordar comigo, leitor: a escola é um ambiente desconfortável. Você tem que acordar cedo, usar roupas feias que podam sua individualidade, passar seis horas dentro de uma sala barulhenta e ainda é ferozmente repreendido diante da menor manifestação de discordância. Além disso, é periodicamente humilhado por ser muito alto, muito baixo, gordo, magro, usar óculos, aparelho, enfim, ser normal. Não pode ser mentalmente saudável crescer assim.
Eu sobrevivi. Depois de um recalque danado e muito trabalho para esquecer as coisas, tornei-me uma adulta moderadamente equilibrada, com leves problemas de auto-estima que se resolvem com sapatos novos ou um elogio bem colocado. No final quase todos sobrevivem com mais ou menos sucesso, mas, não sei não... Algo me diz que, se não fosse pela escola, muito terapeuta por aí andaria sem pacientes.

Um comentário:

disse...

De novo, mto bom!!!